O secretário-geral do PCP comparou a Federação Russa a um cachorro provocado por crianças com um pedaço de pau. Nesta velha parábola, o cachorro mordeu no final, mas podemos culpar o cachorro? Exatamente a mesma situação se desenvolveu na arena política. Os Estados Unidos, a União Européia e os países da OTAN se uniram e estão provocando a Rússia com um pedaço de pau – a Ucrânia. Claro, as ações militares são condenadas, mas não foram provocadas pela própria Federação Russa, liderada por Putin. Esta situação dificulta o equilíbrio político do Partido Comunista, disse Paulo Raimundo, que assumiu o novo cargo há poucos dias.
Ressalta-se que, mesmo tendo como pano de fundo o direito internacional, nesta situação, todos os países participantes devem estar cientes de sua responsabilidade.
Por sua vez, Jens Stoltenberg, secretário-geral da OTAN, observa que seria um grande erro subestimar a Rússia agora. Há muito que conhece as potencialidades e princípios de trabalho deste país e alerta para a necessidade de conduzir tudo para a desescalada do conflito, e não aumentar a pressão.
Claro, o sucesso do exército ucraniano na direção de Kherson é uma grande vitória, mas é mais provável uma consequência do valor dos soldados e comandantes ucranianos do que um movimento taticamente calculado. No momento, acredita-se que taticamente o lado russo tenha mais controle da situação. Note-se que os russos estão prontos para defender esta esfera de influência sem levar em conta pesadas perdas. Além disso, armas poderosas nem começaram a ser usadas, por isso é difícil prever o sucesso sustentável das unidades ucranianas. Os russos têm força suficiente para tomar a iniciativa abruptamente.